sexta-feira, 9 de maio de 2008

Solverde Maio - Hotel Casino Chaves

Vou começar o meu artigo pelo elogio a uma grande obra, o novo Hotel Casino de Chaves. Numa região tantas vezes esquecida como Trás-Os-Montes, está ali uma obra fantástica e que certamente será o orgulho de muitos flavienses. O facto de ter estudado em Vila Real deixou-me com uma costela transmontana. O Chinoca ainda me desafiou a darmos um saltinho ao Pioledo, mas não tivemos condições. Numa outra visita, darei lá um salto.

O torneio começõu bastante bem. Numa mesa super-interessante, cheia de jogadores conhecidos e de valor, jogou-se muito bom poker. Até a mesa 14 ser desfeita, passaram por lá Pablo Rua, Hêrnani Ribeiro, Herlander, Mark, Quintas, Jack Daniels, joaobarb, entre outros. Várias mãos interessantes, com um AA vs KK a permitir o meu double-up perto do segundo intervalo e uma jogada contra o joaobarb em que tenho 10 10 e ele larga QQ num board de AA9xJ e fico carregado de fichas. Fecham a mesa e levo cerca de 34k fichas e estamos 130 em jogo. Good.

Na nova mesa, muita gente conhecida também. Asics, Ismael, Fradocas, Jack Daniels, Luís Vale, HmGomez e mais tarde, Tikita. Entre bastante bem e numa órbita e meia subo para as 45k. Entrei bastante activo, eliminei um jogador quando estou na SB com AQ, faço raise e a BB anuncia all-inn com J10. Depois de mais alguma acção, tenho que largar AJ para o AA do Fradocas e decido mudar de estratégia. Opto por selecionar bem as mãos em que ia envolver-me. O problema foi que durante 20 mãos não tive rigorosamente nada. Na altura que as blinds sobem bastante, é dramático.

Na última mão, tenho um cenário que não me leva a hesitar um segundo antes de pagar o all-inn. Um jogador espanhol que está UTG estava pela 3.ª vez seguida all-inn. Na 2.ª vez tinha mostrado A8 e tinha perdido o pote para o Luís Vale, hiper-mega-short. Ficou com as mesmas fichas e tornou a fazer all-inn. O Luís pensa durante bastante tempo e anuncia também all-inn. Eu tenho JJ e considerei um range enorme para o primeiro jogador e senti que o Luís não estava forte, devido à grande indecisão dele.

Dei o call e vejo uma mão que nãome agrada a 100%, mas que não era má. AK no jogador espanhol e A5 no Luís Vale. Ok. Estamos bem. 51% de hipoteses de vitória, 36% para o AK. Mas bate o K no flop e o torneio acaba ali.

Decidi arriscar ali devido ao conjunto de factores. Estava com 20k fichas, cerca de 5 BB, o range do Luís era enormíssimo mas assumi como fraco (como se comprovou) e o range do jogador espanhol, que com um A apenas iria fazer aquele movimento. Tudo isto associado a que se ganhasse o pote ia para perto das 75k fichas e estaria muito perto de conseguir a entrada no dinheiro e a passagem ao dia 2.

São torneio a mais a perder aquela mão que nos colocava lá em cima. Mas acontece e é sempre preciso uma pontinha de sorte nestas alturas.

O torneio contou com imensa gente do Thyrsense Poker Club, alguns deles com excelentes prestações, caso do Rui Sousa e da Jaqueline. O nível dos nossos jogadores em torneios live tem subido bastante e, mesmo com alguns aspectos que temos que melhorar, principalmente a nível teórico, temos uma experiência live acumulada muito boa.

Por isso, a vitória no Solverde de Junho do Herlander só foi surpresa para quem não o conhece. Agressividade pura.

No domingo, eu e a Tikita jogamos o torneio turbo de acesso ao Solverde Special de Julho, em Vilamoura. Depois de um chop a 10, conseguimos os 2 o apuramento. Nice one. A nível de satelites, sempre a bombar.

A seguir, uma crónica especial sobre o melhor torneio alguma vez realizado em Portugal. O Betfair Portuguese Poker Tour, 550€ de buy-inn, com uma estrutura fantástica de 15 000 fichas e 1h de níveis de blinds.

Quanto ao online poker, está difícil de arrancar com um resumo das sessões. Mas sinto que está a fazer falta, para me relembrar dos caminhos e obstáculos que é necessário ultrapassar, dia após dia.

La Toja - 5.º Lugar - Dia 2 e final table

O dia começa mal. Com um problema com o despertador e com um atraso considerável. Deu para tirarem fotos e aparecer anúncio.


Depois de uma combinação perfeita com o policy (descer para pagar a conta, 120 na ponte, saída à porta do casino, sprint até à mesa), sou recebido com uma estrondosa salva de palmas. Sento-me e primeira mão: AA. Raise, BB estava short e põe todas, vira KJ e regresso às 60 000 fichas, como no início do dia de domingo.

Nesta altura já estamos apenas 21 jogadores. Faltavam sair 9 para o money. Com a ajuda das blinds galopantes, rapidamente se chega a essa fase. Ainda assim, os potes que escolhi para atacar correram bem e a minha stack foi subindo sem grandes oscilações.

Chega a altura da bubble e os jogadores foldam mais facilmente. Mas numa altura em que as blinds apertavam, recebo AK com 1 all-inn de um jogador shor-stack e um call de um jogador carregado de fichas. Opto pelo all-inn, o jogador faz call e estou contra 88 e A7. Bate um K e quase que triplico. Pouco depois, estavamos na final table. Nice.


Albert Tortajada 258000
Rubén Álvarez 149000
Cristiano Araujo 148300
João Barbosa 125000
José Antonio Garcia 116300
Mafalda Lopes 107500
Mario Isla 86400
Ricardo Vilariño 65000
Filipa Lemos 45300
Iván Neira 30000

Logo no início, all-inn utg do Rúben (que já tinha ganho um pote enorme), eu call na SB com QQ, a board é K 10 8 J 7 e eu faço double-up para ficar perto do chip leader. Nice.

Nesta altura, eu e outro jogador temos 50% das fichas. É altura dos short stack se mexeram. E nisso o joaobarb esteve um mestre. Abusou dos all-inn, mas eu nunca tive uma mão que pudesse pagar. Uma das poucas mãos que ele largou no dealer, levou à única situação em parti muito atrás. Como o Joao ia sempre all-inn, a SB aproveitou a deixa e aníncia raise. Eu recebo KQ e tento o re-steal. Ele dá call e mostra AK. Not good. Flop A 10 x, turn JJJJJ. Faço sequência e ele apenas tem a hipotese de empatar. Bate a Q no river e split pot. Esta jogada foi contra o futuro vencedor do torneio. Podia ter perdido ali o torneio, podia ter ficado a dominar, ficamos na mesma. Menos mal.

Os jogadores vão caindo e chegamos a estar 6 jogadores, todos com as stacks muito parecidas e com as blinds/antes muito elevados. Nesta altura, a gestão da stack é muito mais importante do que as cartas que recebemos. Depois de um ou outro all-inn, o torneio acaba com um 96 a bater em 44, como descrevi no início da crónica sobre La Toja. Gostei da minha prestação, o 5.º lugar e o prémio já foi jeitoso. Mas fica sempre a frustração.

Um torneio a repetir. Não em Maio, mas em Junho ou Julho conto lá voltar. Boa sorte à organização, mais uma boa oferta para os jogadores portugues, num local bem perto do Norte de Portugal.